segunda-feira, 9 de julho de 2007

A TOCHA !

A Tocha, aquela dos jogos Pan Americanos, que serão realizados, e, talvez, concluídos no Rio de Janeiro, passou por Santos na sexta-feira, dia 6. Sem que se entre no campo minado dos custos, que tal evento produziu, além, claro, de questionar-se a sua real necessidade, vamos nos ater à Tocha.

O que representa a Tocha?

Segundo a prezada Gisele K. Pereira, da Biblioteca Virtual - STI, "durante os primeiros Jogos Olímpicos, em 776 a.C., realizou-se o sacrifício de cem bois a Zeus, e um sacerdote ficou postado na extremidade do estádio, segurando uma tocha. Os atletas correram até a extremidade do estádio em direção ao sacerdote, e o vencedor teve o privilégio de apanhar a tocha e acender o fogo do altar para os sacrifícios. A chama queimou simbolicamente durante os jogos em honra a este sacrifício oferecido a Zeus."

Vejam que a Tocha, essa que esteve entre nós, guarda um significado importantíssimo, tanto é que, em sua homenagem, foram tostados cem bovinos. Entretanto, 2.783 anos depois, na última sexta-feira, foram tostadas, além de verbas públicas, a paciência de milhares de contribuintes, que, absolutamente alheios ao fogo das vaidades, aguardavam, bovinamente, em filas e aglomerações, uma condução que os levaria aos compromissos, ao trabalho e às suas casas.

Ilhados entre cavaletes do CET, e impedidos de circularem, os ônibus pararam. A cidade parou mais uma vez. Depois da festança, como bovinos, os usuários do transporte público foram conduzidos aos trancos, barrancos e altas tarifas. O tempo extra de espera provocou a super-lotação, e o contribuinte, esse que nada sabe, mas que tudo paga, sem que soubesse, foi o sacrifício de Zeus.
A Tocha, durante sua passagem, foi conduzida por atletas e ex-atletas, tudo dentro do princípio olímpico. Nada mais correto. O que ninguém entendeu, e nem poderia, era o motivo pelo qual, aquele sagrado símbolo do esporte, foi repassado, à determinada altura, à duas figuras que, absolutamente, nunca foram atletas ou aspirantes a tal. Eram personagens ligadas a um antigo e respeitável jornal estabelecido na cidade.

Pessoas ilibadas? Sim, claro, como todos nós. Mas não atletas. Nada lhes conferia aquela honra. Então, por que estariam eles empunhando o símbolo maior do esporte? São perguntas, iguais a tantas outras, que não se encontra resposta adequada.

Quando viu que tinha "gringo no samba", seo Genaro, campeão invicto de dominó, do Posto 4, abriu os braços e reclamou seus direitos. Com toda razão foi apoiado, afinal, ele é um campeão.

Ali mesmo, outra que se sentiu marginalizada da festa, foi a manicure Dagmar, campeã, em 1987 do concurso de Miss Suéter.

Provando suas qualificações, tirou o caso, e, do alto de seus 38 anos, demonstrou motivos mais do que suficientes para segurar qualquer Tocha, especialamente aquela, do Pan.













Sem querer entrar em polêmica, Nicanor, um "guarda-roupa" de 2 metros de altura, delicadamente, registrou que também deveria segurar a Tocha, em razão de ter sido tri-campeão, do "Quem Bebe Mais", em 2004, que incluia a deglutição de chopp e cerveja, numa excursão que fez a Blumenau - SC -, na Oktoberfest.

Para provar, retirou um retrato da carteira e exibiu. Os aplausos foram unânimes para um digno campeão, mas sem Tocha.

Como se vê, Santos é, realmente, a capital do esporte. Haja Tocha.


Direto da Redação: Meirelles Carvalho

domingo, 8 de julho de 2007

BAR DA SOL

O ambiente é bastante informal, alegre e bem humorado, bem típico de um boteco-chic. Não espere glamour nas instalações, nem deveria. Se você busca uma cerveja bem gelada, e porções bem servidas, especialmente aquelas que são as meninas-dos-olhos da casa, dentre elas a alcatra fatiada, acompanhada de farto molho de cebola, tudo por R$ 15,00, então estará indo ao lugar certo.

O “Bar da Sol”, na esquina da Álvaro Alvim com a Ministro João Mendes, recebe uma clientela cativa, na faixa média de 35 anos. Em dias de jogos de futebol, chegue cedo, se você pretender fazer parte da torcida. Entretanto, caso deseje um lugar apenas para conversar, desista, o borburinho não permitirá.

O serviço é muito simples, com mesas e cadeiras plásticas, sem toalha, nem papel. É na raça. O banheiro masculino, a exemplo de 90% de bares, restaurantes e pizzarias da cidade, é sofrível. Até hoje, não se sabe, como a fiscalização municipal autoriza o funcionanento desses estabelecimentos em tão precárias condições.

O estacionamento nas ruas próximas não é difícil, melhor ainda: não há flanelinhas por perto.


Cotações:

Serviço: 8

Bebidas: 9


Petiscos: 8

Instalações: 4
Direto da redação: Salviano Lisboa

sábado, 7 de julho de 2007

UM DIA DE CÃO

Era uma serena manhã de sol. Tudo indicava, que aquele seria mais um domingo para tranquilas caminhadas pela orla da praia. Entretanto, os menos avisados, foram surpreendidos naquele 1/7/2007, por uma invasão canina sem precedentes.

Vindos de várias direções, latitudes e longitudes, cães, cadelas e donos, embaraçavam cordas e coleiras. Trocavam pet-confidências, experimentavam o sabor de rações, e desfilavam garbosos, seus peludos investimentos.

Avenida da praia interditada, estava acabado o domingo. Nas vias paralelas e transversais, automóveis, ônibus, caminhões, e viaturas, disputavam alguns centímetros, num gigantesco congestionamento, garantindo à elite dos quadrúpedes, espaço livre e ar puro, para exibirem seus proprietários.

A chamada “3a. Cãominhada”, produzida, dirigida e editada por antigo e influente jornal da cidade de Santos, contrariou várias diretrizes ditadas pela prefeitura municipal, especialmente aquela que não permite a ocupação da avenida da praia para eventos, exceto à parada de 7 de Setembro, a não ser que a edilidade a considere similar, inclusive em importância.

Contando com inúmeros patrocinadores, a tal auto-exposição, esconde, por detrás de barraquinhas de petiscos caninos e de pseudocongraçamento, grandes lucros. Apenas quem não sente a brisa dos bons negócios é a parte maciça da população santista, ou por desinteresse, ou por ser órfã de cão.

Enquanto isso, por detrás das grades da “Casa da Vovó Anita”, crianças ali residentes, acompanhavam a passagem dos cães soltos e saltitantes, em busca de guloseimas e água fresca, mas interrompiam o esboço de um sorriso, quando percebiam os afagos quase maternais, e tão distante delas, que donos e donas dispensavam aos seus peludos.

Quem sabe um dia, o venerando jornal, convença a prefeitura a interromper o trânsito de sua principal via, e convide a população, especialmente aqueles que possuam cães elitizados, a levarem todo o carinho e o amor que puderem carregar, e despejar bem em frente às grades da “Casa da Vovó Anita”.

O ser humano vai sorrir e agradecer.




Direto da redação: Belizário Jr.