Quem ouve o novo CD de Chico Buarque de Holanda, "Carioca", lançado em julho deste ano, não acredita que seja ele, o mesmo compositor de obras primas internacionalmente reconhecidas, e lá se vão "Ole-Olá"; "Bastidores"; "Roda-Viva"; "Noite dos Mascarados", e outras dezenas de sucessos.
Como disse o gigantesco Raul Brandão, fosse um compositor desconhecido, nem passaria com seus escritos pela portaria da gravadora. Mas, em se tratando do grande Chico, tudo é permitido e aceito.
"Carioca" mostra um Chico sem rumo. Talvez cansado. Aliás, a idade não somente nos faz alterar conceitos e idéias, ela nos esgota, e Chico parece um senhor extenuado. Mas Chico não é uma exceção, senão vejamos. Toquinho, vive apenas de shows. Djavan, nosso "Príncipe Etíope", desdobra-se em remakes. Milton Nascimento, ainda contribui, mas pouco. Edu Lobo, quase esquecido. Paulinho da Viola, no acostamento. Aldir Blanc, Eduardo Gudin, Marina, e tantos outros, produzindo insignificativamente.
Ainda na mídia, valendo mais pelas interpretações personalizadas de canções alheias, segue Caetano Veloso. Continua produzindo, tudo bem, mas já não com tanto brilho. Apenas faz constar.
Pena, mas parece que nosso maior compositor do cotidiano, depois de Noel Rosa, tenha encontrado em "Carioca", o seu Waterloo. Ele foi nocauteado em pé, ouviu a contagem, e caiu. Quando alguém, do porte monumental de Chico Buarque, insere numa letra, rima à expressão "maconha", é sinal que devemos desligar as máquinas e repensar. Novos festivais serão necessários para que nos reencontremos. O ciclo está findo.
Cotação "Posta Restante" ao Cd "Carioca", de Chico Buarque de Holanda.
(de 1 a 10)
Nota: 3
Como disse o gigantesco Raul Brandão, fosse um compositor desconhecido, nem passaria com seus escritos pela portaria da gravadora. Mas, em se tratando do grande Chico, tudo é permitido e aceito.
"Carioca" mostra um Chico sem rumo. Talvez cansado. Aliás, a idade não somente nos faz alterar conceitos e idéias, ela nos esgota, e Chico parece um senhor extenuado. Mas Chico não é uma exceção, senão vejamos. Toquinho, vive apenas de shows. Djavan, nosso "Príncipe Etíope", desdobra-se em remakes. Milton Nascimento, ainda contribui, mas pouco. Edu Lobo, quase esquecido. Paulinho da Viola, no acostamento. Aldir Blanc, Eduardo Gudin, Marina, e tantos outros, produzindo insignificativamente.
Ainda na mídia, valendo mais pelas interpretações personalizadas de canções alheias, segue Caetano Veloso. Continua produzindo, tudo bem, mas já não com tanto brilho. Apenas faz constar.
Pena, mas parece que nosso maior compositor do cotidiano, depois de Noel Rosa, tenha encontrado em "Carioca", o seu Waterloo. Ele foi nocauteado em pé, ouviu a contagem, e caiu. Quando alguém, do porte monumental de Chico Buarque, insere numa letra, rima à expressão "maconha", é sinal que devemos desligar as máquinas e repensar. Novos festivais serão necessários para que nos reencontremos. O ciclo está findo.
Cotação "Posta Restante" ao Cd "Carioca", de Chico Buarque de Holanda.
(de 1 a 10)
Nota: 3